Um Boêmio Juvenil Recifense. (:

Nos seus becos e ruas escuras criei meus pensamentos.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Insônia


Naquela noite insana, insônia
as mesmas unhas roidas
rotineiramente costumeiro
nem durmo, nem acordo.

O sol que acorda escondido
escondendo tudo que se tinha
o medo que vai embora
o medo que vá embora...

As horas que passam devagar
os sussurros que me dão pensamentos
a isanidade, que saudade da verdadeira
não é a que está aqui esta noite, a noite.

O quarto se ilumina, o calor, o suor
e vejo que não há ninguém ao meu lado
era apenas um fantasma da minha vida
uma arma no armário.

O, na verdade A, fantasma que toda noite me acompanha
a insônia, sempre a insônia, nunca ela
agora eu que vos acompanho,
durmo e não acordo.

sábado, 23 de outubro de 2010

Índios


Dela, ídios
mão gentil
filha única da natureza

Por males passou,
por males há de passar
mas nenhum tronco mais há de desabar

Os tiros passam
descascam madeira
corta pele
queima a esperança

Mas a esperança sempre vem
e deixa solo fértil
a flor do trabalho há de brotar
é só passar o inverno
ou o inferno
que queima a bondade

Éramos nus
voltaremos a ser
guerreiros da mata

Não há capitalismo que queime
nem ambição que desmate.
De lança te defenderemos,
pátria traida, mas amada.

sábado, 16 de outubro de 2010

Um Livro de Poemas


Um livro de poemas
ler-se devagarzinho
com calma e desejo
e sentir o gosto
escorrer pela boca, de prazer.

Devagarzinho como
o carinho, o amor
o sexo delicado
sutíl, para em
cada segundo ali, verso
sentir o gosto
a vazar pela alma, de amor.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Esse bairro meio esquecido.


Aqui moro
nesse bairro meio esquecido
não pelas almas que vagam
nem pelo vento sussurrador
sussurra a dor.

Do meu casarão abandonado
não pela saudade
nem pelos passos vagarosos
nesse bairro meio esquecido

Vultos brancos deslizam na pela rua
Carne e osso é raro
nesse bairro meio esquecido
feito de amor e honra

Da sacada, lá no alto
vejo as luzes de longe
as antigas pedras mais perto
atrás, a escada que range

Seus braços frios me entrelaçam,
sinto seu cheiro
mas sou enganado
os braços são tão frios

É só mais uma alma
no meu casarão abandonado,
não por mim.
Nesse bairro meio esquecido.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Humanidade Amiga


Hoje a morte bateu na porta
da humanidade
e deixou uma garrafa de leite

Hoje, a morte
chamou a humanidade de amiga
e a salvou de outro filho
dos maus-criados

Hoje, tocou um jazz
na antiga vitrola
e uma bala entrou
na cabeça do mau pensador

O caminho se mostrou
mais uma vez
naquele corredor longo e escuro
com o jazz na vitrola
seguido de um blues
e mais uns disparos

Hoje, a morte chamou a humanidade de amiga
de novo
e que continue.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Rosa Sarah


Os galhos sabem e se juntam
lá, no muito alto
perto do céu, nascem as folhas
um mundo, uma sombra verde
como uma bola de esperança
e vida.

Na cúpula arborescera
ela apareceu
única e brilhante, bem ao centro.
A Sarah,
acima de tudo e todos
linda, soberana, cuidadosa,
desejada.

Todos vieram vê-la desabrochar
um espetáculo para o mundo
a queriam mais que tudo
desde os leões charmosos,
os roedores com a timidez no olhar
e os rastejantes que se espinavam
para ver a sarah exuberar.

Mas só um conseguiu chegar
no topo verde
e carregar a rosa
com um objetivo honroso,
o vento.
E os bichos comemoravam
a vida de Sarah
e choravam a já despedida.

E a levou para um lugar seguro
e especial, carregou-a por muitos
que deixava seu brilho passar
sua beleza às vezes nem vista
deixava os vilarejos mais felizes
e as árvores mais virís, só pelo rápido passar.

Em meio a chuva fina
numa pequena casa
o vento a deixoucair
num colo carinhoso, quente e inesperado
que seu brilho de rosa
encheu o coração solitário
e fez surgir um sorriso
feliz e sincero
de um poeta local.

domingo, 8 de agosto de 2010

Quando a Lua Surge


E meu amor surgiu
como a lua cheia
por trás de nuvens
lentamente e iluminando o mar,
meu coração.

Purificando e tomando sua forma
branca, linda, surreal...
apesar de desaparecer na nova
e algumas nuvens negras
impedirem a elevação momentânea
única e especial
sempre voltará

Grande e amarela
até você me beijar
e fazer brilhar a branca
ai desce e vira um só
junto ao mar
iluminando de partes ao todo
você.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Verso de Prazer


Os poetas
escrevem seus versos
tiram a angústia de si
e a joga para o papel

Em cada letra, um alivio
a mesma angústia
que prende e agoniza o leitor
e o mesmo alivio
quando se lê
o último verso

O último suspiro do poeta
aquela vida, naquele momento
e se tem o transbordar
de prazer na alma.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Pedra Minha Melodia.


Naquele escuro tão calmo
no meio de milhares
reconheci você
e com seu beijo
te descobri de verdade

E nos abraços e Carinhos
vi o tempo que tinha perdido
e vi também
um inseguro amor forte

No teu sorriso
vi uma verdade segura
e a certeza de uma paixão
como uma cachoeira, forte
e que não para de banhar
as frias e solitárias pedras

Vi em você pedra minha
minha água cobrindo-te
e viramos um só
como podemos virar
em qualquer lugar
com beijos e carinhos
ciúmes e amor
só nosso

E as notas juntavam-se
e faziam a melodia que embalava
nossas mãos, o carinho
nossos lábios, o beijo
e nós dois, o amor
parte de mim é você
como da música a letra
feliz estou em estar completo

Como a mais perfeita sintonia
assim exemplo som
de mim, água
fazendo a melodia com as pedras
Pedra minha.

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1 ano e 6 meses.

terça-feira, 6 de julho de 2010

A Leveza da Praia.


A brisa marinha
sustentava a leveza
a chuva que caía
acariciava a pele fervente

E as ondas
que batiam e quebravam-se
com toda força e amor
nas pedras que as recebiam

Nós virando um só
como a água o mar
que penetrava e completava
os espaços vazios
entre as rochas, e coração

Como o arrepio
causado em minha orelha
pela sua boca
carinhosa e violenta

Seus pés nus
na areia da praia
aquela areia branca e molhada
acolhedora do nosso amor

Seus movimentos do corpo, mar
seus beijos calmos e quentes
atrás do carinho, a ferocidade
atrás do sexo, a alma
amante, confiante
certo como o prazer
de nossos corpos insaciáveis
e de nossas almas
completamente apaixonadas.

sábado, 19 de junho de 2010

Luto à Saramago.


Devido à recente morte de Saramago (ontem pela manhã de falência multipla dos órgãos) os poemas se calam, para aprenderem mais uma lição com um dos homens mais certos e polêmicos do mundo.

Descanse em paz.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Uma Flor Laranja.


Ali tem uma flor laranja
no meio de todas rosas
tem ali uma laranja

Não é maior
Não é anormal
mas é laranja

As rosas acordam às seis
ela acorda ao meio-dia
as outras morrem
perdem a cor e o cheiro
ela não, ela é laranja

Toda casa tem uma rosa
todas tem suas rosas e seus filhos
aqueles pequenos perfeitinhos

Mas não quero igual
não quero rotina social correta

Eu quero a flor laranja
só eu terei
a terei.

domingo, 30 de maio de 2010

Papel e Caneta.


Uma flor
pétala por pétala, uma vida
rosa por rosa

nesse papel que é um refúgio
para angústia minha de poeta, da rosa.
Com essa caneta,
caminho para liberdade
da minha alma.

A mesma liberdade
das pétalas ao vento.

domingo, 23 de maio de 2010

Noite do Capibaribe


Recife, Recife
que magia
em seus casarões
abandonados, caindo
refletem as almas
que brincam
o eterno carnaval
à beira do capibaribe

Essa brisa que bate
trazida por essas almas
deslizantes do inspirador rio
e faz uma lágrima cair
não por ressecar
mas por encantar
esses olhos apaixonados

E sentado vejo
refletir na água
meu coração
a história, que
hoje é minha
hoje sou eu


A história de um poeta
que renasceu
e sorriu
e chorou+
à beira do capibaribe

Escreveu e amou
cada imagem
cada alma
passado pelo futuro

Bebeu ali, só
apenas ele, e toda história
só para ele
e poetizou
para as lembranças
que não só via
nas paredes caidas
ou até já reformadas
mas também sentia
no seu coração
de um apaixonado
e legítimo
boêmio recifense.

domingo, 16 de maio de 2010

Fisgado pela Loucura do Amor.

Tantas cores passam
em minha frente
tudo tão louco
mas está preto
estou ausente de luz agora.

Mas ô minha branquinha
gosto quado você aparece assim
salva-me dessa angústia... só passou.
meu Deus,
fui fisgado mesmo.

suspiro forte
é o último da esperança
foi a última que morreu
há tempos não estou aqui
já que você só passa
não sinto mais teu corpo...

meu Deus,
fui fisgado mesmo.

domingo, 9 de maio de 2010

Sala de Alienação.


Os da frente só querem dinheiro
pensam em ser ricos na vida e só.
recuados estavam todos
sentados, estatalados
prestando muita atenção
olhos vidrados, alienados
aprendendo o que querem
que aprendam.

Não podiam ver
em cima deles
demônios voavam
com asas de anjos
zombando dos coitados que ali estavam.

Aquela sala sinistra...
sala de alienação
casa dos horrores.

- Silêncio! Ou quer ir para direção?
- Você está numa sala de aula!

domingo, 2 de maio de 2010

Um Poema Especial.

Ainda tento entender
Por que escrever?
Se tudo que tento
encontrar nos poemas,
nas letras, palavras, versos,
só encontro no teu,

Carinho,
sorriso,
beijo,
amor,
meu amor.